Bupivacaina ou bupivacaina e morfina intra-articular pós reconstrução do LCA / Intra-articular bupivacaine or bupivacaine and morphine after ACL reconstruction

OBJETIVO: A cirurgia de reconstrução do LCA é hoje uma das mais realizadas e o controle da dor pós-operatória faz parte das prioridades do cirurgião. Dentro do arsenal de analgesia temos a aplicação intra-articular de drogas, sendo a mais estudada a bupivacaina associada ou não a morfina. Neste estudo comparamos a aplicação de bupivacaina associada ou não a morfina com grupo controle, após reconstrução do LCA com enxerto de tendões flexores. MÉTODOS: Quarenta e cinco pacientes foram randomizados em três grupos, sendo que no grupo I foi aplicado ao fim da cirurgia 20ml de soro fisiológico intra-articular, no grupo II 20ml de bupivacaina 0,25% e no grupo III bupivacaina 0,25% associado a 1mg de morfina. Os grupos foram avaliados quanto ao grau de dor pela escala analógica visual com 6, 24 e 48 horas de pós-operatório. RESULTADOS: O grupo III teve menos dor em todos os momentos, porém a dor não foi tão intensa em todos os grupos a ponto de necessitar medicações extras além do protocolo estabelecido. CONCLUSÃO: A aplicação intra-articular destas medicações pós-reconstrução do LCA com enxerto dos tendões flexores quando realizada sob anestesia raquideana não traz vantagens suficientes para fazer seu uso regularmente. Nível de Evidência II, Ensaio Clínico Randomizado de Menor Qualidade.

OBJECTIVE: Reconstructive surgery of the ACL is one of the most commonly performed surgeries today and the control of postoperative pain is part of the priorities of the surgeon. Within the arsenal of analgesia we have the intra-articular application of drugs, and the most studied one is bupivacaine with or without morphine. This study compared the application of bupivacaine with or without morphine with a control group after ACL reconstruction with flexor tendon graft. METHODS: Forty-five patients were randomized into three groups: in group I, 20 ml of saline were applied intra-articularly at the end of the surgery; in group II, 20 ml of bupivacaine 0.25%; and in group III, bupivacaine 0.25% associated with 1 mg of morphine. The groups were assessed for degree of pain by the Visual Analog Scale at 6, 24 and 48 hours postoperatively. RESULTS: Group III had less pain at all times, but the pain was not as intense in all groups to the point of needing extra medications beyond the established protocol. CONCLUSION: The intra-articular application of these medications after ACL reconstruction with flexor tendon graft when performed under spinal anesthesia is not useful enough to use regularly. Level of Evidence II, Lesser quality RCT.

Efeitos da nalbufina na depressäo respiratória e analgesia produzidas pelo fentanil / Effects of nalbuphine on the respiratory depression and analgesia produced by fentanyl

Justificativa e Objetivos - A nalbufina é um opióide agonista-antagonista com ação antagonista menor do que a da naloxona. Os objetivos deste estudo foram verificar se a nalbufina, na dose de 5 mg, é capaz de reverter a depressão respiratória induzida pelo fentanil utilizado em doses moderadas para anestesia geral balanceada, permitindo analgesia residual sem efeitos hemodinâmicos indesejáveis; se a nalbufina altera o consumo de analgésicos no pós-operatório imediato. Método - Participaram do estudo 15 pacientes aos quais foi administrado de modo encoberto, nalbufina (n=6) ou placebo n+9) no final de cirurgias abdominais, sob anestesia geral balanceada onde foram utilizadas doses moderadas de fentanil (15 mg.kgúû). Foram observados e comparados os seguintes dados; a) reversão da depressão respiratória causada pelo fentanil; b) intensidade da dor no pós-operatório; c) consumo de analgésicos no pós-operatório; d) pressão arterial sistólica, distólica e frequência cardíaca. Resultados - Na dose de 5 mg a nalbufina apresentou resposta antagonista irregular sobre a depressão causada pelo fentanil. Não se observou diferença significativa na avaliação da dor pós-operatória. Entretanto a administração de nalbufina diminuiu o consumo de analgésicos opióides no pós-operatório imediato. A frequência cardíaca e a pressão arterial aumentaram pela administração de nalbufina. Conclusão - A nalbufina apresentou padrão irregular na reversão da depressão respiratória induzida pelo fentanil, porém diminuiu a quantidade de opióides necessários para o controle da dor pós-operatória.